Cicely Saunders
“O sofrimento somente é intolerável quando ninguém cuida”. Cicely Saunders
Quem sou eu
- Cuidados Paliativos UnB
- Trabalho desenvolvido para a disciplina de Introdução aos Cuidados Paliativos da Universidade de Brasília - Faculdade de Ceilândia
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Reportagem sobre cuidados paliativos
O profissão repórter da Rede Globo fez uma reportagem sobre cuidados paliativos com uma equipe de São Paulo. Vale a pena assistir e ver o tratamento que os profissionais dão aos pacientes e sua família, sempre com a qualidade de vida no foco do cuidado.
Segue o link pro vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ZTGbAqPGphI
Segue o link pro vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ZTGbAqPGphI
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Terapia Ocupacional e Cuidados Paliativos
O papel da Terapia Ocupacional, assim como toda área profissional de reabilitação, visa acima de qualquer coisa garantir a dignidade no processo que o paciente sofre até o momento da sua morte. Assim como procura resgatar o significado de atividades dentro da rotina do paciente, também auxilia no trabalho da autonomia diante ao contexto patológico do paciente.
Confira neste link uma publicação científica sobre o tema: Cuidados Paliativos junto a Crianças e Adolescentes Hospitalizados com Câncer: o Papel da Terapia Ocupacional
Quando eu morrer...
"...Não quero choro nem vela..."
Não entendeu o título da postagem? Então assista ao vídeo curtinho que preparamos falando de forma bem resumida sobre os Cuidados Paliativos e algumas de suas características. É uma ótima oportunidade para se refletir.
A música de fundo é Fita Amarela de Noel Rosa.
Espero que vocês gostem!
Dicas de Cinema
Fox anunciou que o filme "A Culpa é das Estrelas", inspirado no best-seller homônimo do americano John Green, teve seu lançamento antecipado para o dia 13 de junho, com pré-estreia no dia 6 do mesmo mês. Inicialmente, o longa estrearia no dia 15 de agosto.
A trama gira em torno de dois adolescentes com câncer, que se conhecem em um grupo de apoio para pessoas com a doença e vivem uma história de amor. Eles compartilham um olhar ácido e bem-humorado sobre o mundo. Shailene Woodley faz o papel da jovem Hazel Grace. Ela tem um câncer na tireoide, que se espalhou para o pulmão. Ansel Elgort vive seu namorado Augustus Waters, que teve que amputar uma perna por causa da doença.
Mas enquanto o filme não chega, indico a leitura do livro!!!
FILME UMA PROVA DE AMOR E PRINCÍPIOS BIOÉTICOS
1.Sinopse do filme
Sara (Cameron Diaz) e Brian Fitzgerald (Jason Patric) são informados que Kate (Sofia Vassilieva), sua filha, tem leucemia e possui poucos anos de vida. O médico sugere aos pais que tentem um procedimento médico ortodoxo, gerando um filho de proveta que seja um doador compatível com Kate. Disposto a tudo para salvar a filha, eles aceitam a proposta. Assim nasce Anna (Abigail Breslin), que logo ao nascer doa sangue de seu cordão umbilical para a irmã. Anos depois, os médicos decidem fazer um transplante de medula de Anna para Kate. Ao atingir 11 anos, Anna precisa doar um rim para a irmã. Cansada dos procedimentos médicos aos quais é submetida, ela decide enfrentar os pais e lutar na justiça por emancipação médica, de forma a que tenha direito a decidir o que fazer com seu corpo. Para defendê-la ela contrata Campbell Alexander (Alec Baldwin), um advogado que cuidará de seus interesses.
2. Princípios Bioéticos
A Bioética caracteriza-se
por ser uma ciência na qual o homem é o sujeito e não apenas o objeto. Dessa
forma, essa ciência adotou alguns princípios ou referenciais para analisar os dilemas
e/ou os conflitos de valores que surgem nas relações humanas; são eles:
autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.
O
princípio da autonomia garante que a pessoa pode gerenciar sua própria vontade,
ou seja, ela tem liberdade de decisão sobre a sua vida. Os princípios de
beneficência e de não maleficência significam fazer o bem e evitar o mal,
respectivamente. Assim sendo, o profissional sempre que for propor um
tratamento a um paciente deverá reconhecer a dignidade do paciente e considerá-lo
em sua totalidade, de modo a se evitar fazer mal. Por fim, o princípio de
justiça consiste em dar a cada pessoa o que lhe é devido segundo suas
necessidades, ou seja, considerar que as pessoas são diferentes assim como as
suas necessidades.
3. Bioética e o filme Uma Prova de amor
O filme “Uma prova de amor”
reproduz fatos polêmicos, envolvendo a vida humana, questões filosóficas,
éticas e religiosas. Kate, uma menina com leucemia, enfrenta a doença diante de
um mal prognóstico. A família de Kate descobre precocemente o câncer, mas mesmo
assim sua expectativa de vida é pequena. Toda a rotina da família muda, a mãe,
por exemplo, deixa o emprego de advogada para se dedicar aos cuidados da filha.
Na busca de ajudar Kate, seus pais resolvem gerar outro filho em proveta que
fosse compatível com a filha doente.
Desde então, Ana, a filha
projetada para salvar a vida da irmã, foi submetida a diversos procedimentos
invasivos e dolorosos. O ápice da história acontece quando Kate entra em
falência renal e necessita que Ana doe um de seus rins para Kate. A mãe faz de
tudo para salvar a vida de Kate, mas é surpreendida quando Ana a processa
alegando que não quer mais ajudar a irmã, a pedido de Kate. O que a mãe não
entendia é que Kate já havia aceitado seu processo de terminalidade, e que
estava se sentindo um peso para a família, na verdade os procedimentos
realizados em Kate não iriam alcançar o objetivo da cura.
Sendo assim, a família passa
a viver nessa dualidade entre salvar a vida de Kate ou deixá-la partir. A mãe
não aceita que a filha está morrendo e enfrenta sua filha Ana nos tribunais.
Após descobrir que Kate realmente queria partir, a mãe passa a entender melhor
a mentalidade de Kate em seu processo de morte.
Trabalhar
com o luto antecipatório é uma tarefa árdua, mexer com sentimentos enraizados
de negação da morte, a avançada luta medicinal contra a morte, a prolongação da
vida a qualquer custo. Os cuidados paliativos vieram para promover dignidade no
processo de terminalidade, e vai contra ações que prolonguem a vida de qualquer
forma, ignorando a impossibilidade de cura, a dor e o sofrimento causado pelo
processo patológico.
Os
princípios dos cuidados paliativos são: fornecer o alívio para dor e outros
sintomas estressantes como astenia, anorexia, dispnéia e outras emergências
oncológicas; Reafirmar vida e a morte como processos naturais; Integrar os
aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do
paciente; Não apressar ou adiar a morte; Oferecer um sistema de apoio para ajudar
a família a lidar com a doença do paciente, em seu próprio ambiente; Oferecer
um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente
possível até sua morte; E usar uma abordagem interdisciplinar para acessar
necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo
aconselhamento e suporte ao luto.
Ou
seja, cuidados paliativos não consiste na espera da morte, mas na promoção da
qualidade de vida até que ela chegue ao processo de finitude. É importante
salientar que a nossa assistência também deve ser prestada aos familiares, no
filme por exemplo, a mãe de Kate não aceita o prognóstico da filha e exige que
todos os procedimentos possíveis sejam realizados, mesmo sendo orientada pela
equipe médica de que tais procedimentos não conseguiriam combater o processo
patológico enfrentado por Kate.
E
Kate passa por demasiado sofrimento por isso. Portanto a unidade de tratamento
compreende o paciente e sua família, e por isso a comunicação adequada entre
equipe de saúde e familiares e pacientes é a base para o esclarecimento e
favorecimento da adesão ao tratamento e aceitação da proximidade da morte.
Os
cuidados paliativos também não consistem apenas em cuidados hospitalares, por
exemplo, o fato de promover autonomia e alguns desejos do pacientes é uma forma
de oferecer a ele qualidade de vida. Um exemplo disso no filme é quando a
equipe médica libera Kate para ir à praia.
Segundo
o INCA, os cuidados paliativos modernos estão organizados em graus de
complexidade que se somam em um cuidado integral e ativo. Os cuidados
paliativos gerais referem-se à abordagem do paciente a partir do diagnóstico de
doença em progressão, atuando em todas as dimensões dos sintomas que vierem a
se apresentar.
Mesmo após o óbito do
paciente, a equipe de cuidados paliativos deve dar atenção ao processo de
morte: como ocorreu, qual o grau de conforto e que impactos trouxe aos
familiares e à própria equipe interdisciplinar. A assistência familiar
pós-morte pode e deve ser iniciada com intervenções preventivas.
Além disso, o filme aborda
vários temas éticos e bioéticos relevantes, que devem ser discutidos em nossa
sociedade. O primeiro deles está relacionado à fertilização in vitro, onde o único objetivo da nova
vida (Anna) é gerar vida para outro ser (Kate). O segundo tema a ser elencado é
com relação aos exames e procedimentos pelo qual a Anna é submetida a passar,
que são extremamente invasivos e dolorosos e que coloca em risco sua vida desde
pequena. O terceiro ponto a se mencionar é com relação à vontade e a autonomia
das meninas (Kate e Anna), protagonistas principais de todo esse enredo, que em
momento algum foram ouvidas pelos seus pais com relação a todos os
procedimentos médicos realizado nelas. O quarto tópico está relacionado à
negligência da mãe quanto aos outros membros da família, que ficaram em segundo
plano na vida dela diante da doença de Kate. O quinto aspecto importante do
filme está relacionado ao caráter pacifico e omisso do pai das meninas diante
das loucuras de sua esposa e dos procedimentos exagerados realizados pela
equipe médica.
O
caso exposto pelo filme, no Brasil, teria um andamento diferente, pois segundo
o art. 15 do Código Civil diz que: “ninguém pode ser constrangido a
submeter-se, com risco de morte, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica", então se os pais de Anna optassem pela inseminação In vitro
para a sua concepção, com a única finalidade de adquirir órgãos da menor, para
salvar a filha mais velha da leucemia, isso não seria possível, sem a devida
autorização judicial, e sem o devido consentimento de Anna, prevalecendo, desse
modo, o princípio do direito ao controle do próprio corpo.
Quanto
ao processo de morte, ritos de passagem e luto presentes no filme, evidencia-se
a questão do luto antecipatório na vivência familiar, conforme mencionado
anteriormente, através dos momentos de “despedida” antes mesmo da morte
ilustrados pela lembranças de momentos com Kate no passado. Em relação à
passagem menciona-se no filme apenas que ela partiu deixando de respirar
suavemente deitada no leito. Como pós-morte mostra-se o funeral realizado e a
reorganização da família.
Esse
filme é de fácil entendimento e serve como instrumento para discussão sobre
cuidados paliativos e as atitudes tanto do paciente como da família frente à morte
e o morrer, ajudando profissionais de saúde a compreender essas situações e
melhor abordá-las na prática do dia-a-dia.
4.
Referências Bibliográficas
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR
GOMES DA SILVA. Cuidados Paliativos.
Disponível em:< http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=474>.
Acesso em: 4 de fevereiro de 2014.
JUNQUEIRA, Cilene Rennó. Bioética: Conceito, Fundamentação e Princípios. São Paulo:
Universidade Federal de São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_bioetica/Aula01.pdf>.
Acesso em 4 de fevereiro de 2014.
MARIA, Teresa. Uma prova de amor (poder da família x autonomia do menor).
Setembro, 2012. Disponível em:<http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/uma-prova-de-amor-poder-familiar-x-autonomia-do-menor/65865/>.
Acesso em: 4 de fevereiro de 2014.
SPIRI, Wilza Carla; BERTI, Heloísa Wey;
PEREIRA, Maria Lúcia Duarte. Os princípios bioéticos e os direitos dos usuários
de serviços de saúde. O Mundo da Saúde
– São Paulo, ano 30, v. 30, n.3 jul./set. 2006. Disponível em: <http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/38/principios_bioeticos_direitos.pdf>.
Acesso em 4 de fevereiro de 2014.
UMA PROVA DE AMOR. Direção de Nick
Cassavetes. Estados Unidos: PlayArte Pictures, 2009. 1 DVD (149 min.): son., color. Legendado.
Port.
Cuidados Paliativos
FAZ ALGUNS ANOS escrevi um livrinho no qual falava sobre a necessidade de se criar uma nova especialidade ("O médico", Ed. Papirus). Assim eu argumentava:
A vida começa com uma chegada. Termina com uma despedida. Chegada e partida são, igualmente, partes da vida.
A gente prepara com carinho e alegria a chegada. Tem de preparar também com carinho e tristeza a despedida. A obstetrícia é a especialidade que cuida dos que estão chegando.
Pensei então na necessidade de se criar uma especialidade que cuidasse dos que estão se despedindo. Até inventei um nome para ela: "morienterapia", combinação de duas palavras: "moriens", "que está morrendo" e "therapeuein" que quer dizer "cuidar".
Passado o tempo fiquei sabendo que uma nova especialidade havia nascido: "cuidados paliativos". "Paliativo" é algo que alivia mas não resolve. O diagnóstico está feito mas os médicos sabem que não há nada a ser feito: o paciente vai morrer.
Os que se dedicam aos cuidados paliativos são aqueles que, sabendo da inutilidade dos tratamentos, ficam ao lado do enfermo para garantir que a sua partida seja a menos dolorosa possível, sem dores nem ansiedade. Acho isso uma coisa muito bonita.
RUBEM ALVES
Confira esse vídeo sobre os direitos do paciente em cuidados paliativos!
“Ao cuidar de você no momento final da vida, quero que você sinta que me importo pelo fato de você ser você, que me importo até o último momento de sua vida e, faremos tudo que estiver ao nosso alcance, não somente para ajudá-lo a morrer em paz,mas também para você viver até o dia de sua morte.”
Cicely Saunders
Cinema e Reflexão! Encontre a alegria de viver assistindo o filme "Antes de Partir"
Trailer "Antes de Partir"
Sinopse
Carter Chambers (Morgan Freeman) é um homem casado, que há 46 anos trabalha
como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele
se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como
companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono
do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si mas, como sempre pregou
que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável
financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus
negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem
poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista da
bota", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas
décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer. Ao
tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos
viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Compartilhando a notícia... Bélgica e a eutanásia de crianças. O país já legalizou a eutanásia de adultos, mas está prestes a aceitar a eutanásia de crianças nesta quinta-feira.
A Bélgica, um dos poucos países que legalizou a eutanásia, poderá adotar, esta semana, a medida sem precedentes de abolir as restrições de idade nesta matéria, permitindo que qualquer pessoa solicite a morte assistida – o que estenderia este direito às crianças.
Parece que o projeto de lei tem um amplo apoio no país. Mas também provocou uma intensa oposição dos seus detratores, entre eles uma lista de pediatras e pessoas de todos os setores que organizaram protestos nas ruas, diante do temor de ver crianças vulneráveis persuadidas a inclinar-se pela irreversível opção.
Os que defendem a medida, como o pediatra Gerland van Berlaer, acreditam que a eutanásia é um ato de compaixão que precisa ser adotado. Segundo o médico, a lei será suficientemente específica, a ponto de ser aplicada somente às crianças e adolescentes em estados avançados de câncer ou que sofrem uma dor insuportável.
A lei atual exige que se respeite o curso natural da vida ou que se espere até que a pessoa cumpra 18 anos e possa pedir a eutanásia.
“Estamos falando de crianças que realmente chegaram ao final da sua vida. Não é questão de ter anos ou meses de vida: sua vida acabará de qualquer maneira”, disse Gerland, diretor de uma clínica na unidade pediátrica de terapia intensiva do Hospital Universitário de Bruxelas.
“O que elas nos pedem é: não me deixem partir de maneira terrível, horrorosa; deixem-me ir como um ser humano e enquanto ainda tenho minha dignidade”, acrescentou.
Em dezembro passado, com 50 votos a favor e 17 contra, o Senado belga aprovou uma emenda à lei sancionada em 2002 sobre a eutanásia, para que ela também seja aplicada a menores de idade, mas somente sob algumas circunstâncias. Estas incluem a autorização dos pais e a exigência de que o menor que deseja a eutanásia demonstre “capacidade de discernir”, passando por psiquiatras e psicólogos.
A câmara dos deputados, a outra câmara do parlamento, debateu sobre a proposta na quarta-feira e votará na quinta. Prevê-se que a medida seja adotada.
O rei Felipe, chefe de Estado constitucional da Bélgica, deve assinar a lei, a fim de que entre em vigor em breve. Até agora, o monarca de 53 anos e pai de 4 filhos não assumiu uma posição publicamente, mas seu porta-voz, Pierre De Bauw comentou que isso não é incomum.
“Nós nunca fazemos comentários sobre as legislações debatidas no parlamento”, destacou De Bauw.
Uma pesquisa de opinião mostrou que 75% dos belgas aprova o projeto de lei.
sources: Associated Press
Fonte: http://www.aleteia.org/pt/saude/artigo/belgica-e-a-eutanasia-de-criancas-5786500117561344
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Espiritualidade: Um aspecto essencial nos Cuidados de Saúde
Atualmente, com a evolução tecnológica e com o
melhoramento dos cuidados de saúde, tem-se verificado que a pessoa tende a ser
atendida preferencialmente para a sua dimensão física, por vezes
considerando-se o paciente (sujeito) como um misto de sintomas, minimizando a
atenção para os aspectos espirituais. Na verdade, cada indivíduo é um ser único
e original, que funciona num conjunto de variáveis físicas, psicológicas,
sociológicas, culturais e espirituais. Esta visão holística da saúde é o cerne
e o centro da prática de enfermagem.
De
acordo com o autor Carson (1989), a espiritualidade é a consciência do “eu”
mais íntimo e um sentimento de ligação a um ser superior, à natureza ou algo
superior a si mesmo (Reed, 1987). Por tal, a espiritualidade é essencial para o
bem-estar do indivíduo, pois é uma dimensão na qual o ser humano se transcende
e encontra um sentido para a sua vida.
É comum confundir-se o conceito de espiritualidade com
religiosidade. Estas duas dimensões surgem, por vezes, associadas, na medida em
que a religião pode constituir uma forma de expressão da espiritualidade de uma
pessoa. De fato, a maioria das pessoas satisfaz as suas necessidades
espirituais recorrendo à prática religiosa, reconfortando-se através dos
rituais e da crença. Todavia, é possível atingir um bem-estar espiritual sem
recorrer, necessariamente, a rituais religiosos. A espiritualidade deve ser
encarada como algo que transcende as dimensões físicas e psicossocial, dando um
sentido para a vida. Um exemplo de espiritualidade poderá ser a necessidade de
encontrar sentido para algo que está a acontecer ou que já aconteceu.
Ao longo do tempo, têm sido realizadas diversas investigações
acerca da associação entre espiritualidade e saúde. O fato de um indivíduo
acreditar numa força superior, sentindo-a como um apoio, pode ter influência na
saúde. Turney e Clancy (1986) estudaram utentes com lombalgias crônicas (dores
de costas) e concluíram que um maior recurso à oração e à esperança estavam
associados à diminuição da intensidade da dor. A investigação também demonstrou
que a meditação proporciona bons resultados no tratamento de dor crônica, insônia,
ansiedade e depressão. Humphreys, no ano 2000, verificou que o sofrimento de
mulheres vítimas de violência doméstica diminuía com a variável pessoal de
espiritualidade.
Concluiu-se, através das investigações efetuadas ao longo
das últimas décadas, que existe uma forte ligação entre mente, corpo e
espírito. As crenças e expectativas de uma pessoa podem ter efeitos no seu
bem-estar físico. Muitos destes podem estar associados com as funções hormonais
e neurológicas. Tem-se verificado que exercícios de relaxamento e visualização
guiada, por exemplo, melhoram a função imunológica do indivíduo e que o riso
aumenta o limiar da dor, reforçando os anticorpos e aliviando tensões.
Sendo assim, é de
primordial interesse atender, de uma forma contínua e eficaz, às necessidades
espirituais dos pacientes e das suas famílias, de forma a proporcionar os
resultados pretendidos em termos de saúde.
Abaixo segue um vídeo
sobre a importância do Capelão na Equipe de Cuidados Paliativos para prestação
da assistência espiritual ao paciente e sua família.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Sabemos que
pessoas que sofrem de doenças cardíacas devem ser acompanhadas pelo
cardiologista, doenças pulmonares pelo pneumologista, etc. Mas, qual as pessoas
que devem ser acompanhadas pelas equipe de cuidados paliativos
.
Todas as pessoas que
sofrem de doenças que ameacem a vida devem ter pelo menos uma avaliação pelas
equipes de Cuidados Paliativos.
Principais doenças:
Insuficiência cardíaca congestiva, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
fibrose pulmonar, demências (Alzheimer, demência vascular, etc), esclerose
lateral amiotrófica, cânceres, cirrose hepática, insuficiência renal crônica,
AIDS/HIV, entre outras.
A Associação de
Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) orienta que todos pacientes internados em
unidade de terapia intensiva (UTI) devem receber cuidados paliativos juntamente
com os tratamentos intensivos.
Como podemos observar,
o cuidado paliativo ganha cada vez mais espaço dentro da medicina atual e com
toda certeza faz uma grande diferença na qualidade de vida da pessoa que
encontra-se doente e dos familiares.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Equipe Multiprofissional
Para que os Cuidados Paliativos sejam realizados da forma como é estabelecido pela OMS é necessário que haja trabalho em equipe, visto como uma estratégia para melhorar a efetividade do trabalho que está sendo realizado e elevar o grau de satisfação.
A equipe de Cuidados Paliativos deve ser multiprofissional e com atuação interdisciplinar, cada profissional deve realizar intervenções que são próprias de suas respectivas áreas, mas também executam ações comuns a todos.
Os profissionais que normalmente compõem essa equipe são: médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, nutricionista, capelão, profissional de reabilitação (terapeuta ocupacional, fisiterapeuta e/ou fonoaudiólogo).
É de fundamental importância que haja consenso e clareza nos objetivos do cuidados e reconhecimento da contribuição específica de casa profissional, que as relações entre os membros da equipe sejam horizontal e que haja comunicação entre eles.
Para saber mais, nesse vídeo (é só clicar e assistir) a Dra. Ana Claúdia Arantes fala sobre a composição da equipe.
O que são Cuidados Paliativos?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):
“Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a
qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças
que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do
sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e
outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”.
Mas o que
tudo isso quer dizer?
Quer dizer que o Cuidado Paliativo presta assistência a
portadores de doenças graves e incuráveis que apresentam risco à vida, cuidando
do sofrimento que é causado pela doença e tem como objetivo principal
proporcionar melhoria na qualidade de vida tando do paciente quando de seus
familiares.
Para ficar
ainda mais claro nesse vídeo (é só clicar e
assistir) a geriatra e especialista em Cuidados Paliativos, Dra. Ana
Claudia Arantes, explica um pouco sobre em que consiste os Cuidados Paliativos.
Nas próximas postagens conheceremos um pouco
mais sobre os profissionais que fazem parte dessa equipe e o acesso a esse
serviço no Brasil.
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